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Abraspet

Movimento da anistia perde liderança nacional do capitão Wilson

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Anistiados e anistiandos de todo o País estão de luto. O movimento nacional da anistia perdeu um de seus mais emblemáticos e expressivos líderes. O capitão reformado José Wilson da Silva, de 89 anos – conhecido por todos como capitão Wilson -, foi morto na madrugada de sexta-feira (10 de dezembro), em sua casa, em Porto Alegre, supostamente em decorrência de um assalto, fato que está sob investigação policial.
A Abraspet coloca de público sua tristeza com esta significativa perda, que impacta não apenas no movimento da anistia no Brasil, mas nos corações de todos que tiveram o privilégio de conhecer o capitão Wilson. Ao mesmo tempo, a associação se une a todos os que exigem uma apuração das circunstâncias em que a morte ocorreu, para que se possa afastar, definitivamente, qualquer motivação política do episódio.
Lutador incansável pela democracia, fazia questão de alertar a todos contra o fascismo e o autoritarismo, ao discursar sobre os sinais atuais de seu ressurgimento no atual governo de direita de Bolsonaro.

Legado de resistência
Homem de convicções, capitão Wilson era anistiado político e dirigente nacional desta luta, a partir do Rio Grande do Sul onde residia. Foi uma das maiores lideranças dos militares cassados pelo golpe de 1964 e um dos interlocutores nacionais de destaque da luta pela anistia política no Brasil.
Inteligente, fraterno e amigo, de voz forte e pensamento ágil, perspicaz, foi incansável lutador em favor da memória, verdade e justiça. Por sua atuação pela anistia, foi cognominado como “Tenente Vermelho” nome de um livro de sua autoria, lançado em 1987.
O Tenente Vermelho foi um dos fundadores da Associação de Defesa e Pró-Anistia dos Atingidos pelos Atos Institucionais. Eleito vereador pelo PTB em 1963, em Porto Alegre, perdeu os direitos políticos com o golpe e se exilou no Uruguai. Foi uma das pessoas mais próximas ao ex-governador Leonel Brizola. O capitão Wilson completaria 90 anos neste mês de dezembro
Certamente uma liderança que vai fazer muita falta. A quem a maior homenagem que se pode prestar é seguir lutando em defesa das liberdades democráticas e da justiça social.
Capitão Wilson, presente!

Na foto: Capitão Wilson (a esquerda) e Luciano Campos (diretor da Abraspet), em atividade na Câmara dos Deputados, neste ano de 2021.

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